A sigla VPN significa Virtual Private Network, ou Rede Virtual Privada. Ela é formada por um grupo de computadores que se conectam usando uma rede pública: a internet. Algumas empresas usam VPNs para conectar centros de dados distantes.

Funcionários podem se conectar a VPNs para acessar a rede local da empresa sem estar fisicamente lá. Também é uma excelente maneira de proteger e criptografar sua comunicação com a internet em redes públicas não confiáveis, como redes WiFi de aeroportos. Ou seja, basicamente, uma VPN permite acesso remoto a recursos de uma rede local, ainda que você não esteja fisicamente conectado nessa rede. Também serve para garantir proteção durante a troca de informações pela internet em redes públicas. Quando você se conecta a uma VPN, geralmente executa algum cliente em seu computador ou clica num link especial em um site, faz login com suas credenciais e cada máquina em cada ponta verifica a autenticidade da outra. Quando ocorre a confirmação, sua comunicação com a internet é criptografada e protegida de interceptação. Este é o principal detalhe de uma VPN: a segurança que ela proporciona para sua navegação na internet, evitando que seus dados fiquem visíveis para pessoas não autorizadas.

01. Por que usar, uma VPN, ou quais os benefícios

Uma VPN por si só é apenas uma maneira de melhorar sua segurança e acessar recursos numa rede na qual você não está fisicamente conectado. Porém, dependendo do uso, ela pode fazer milagres acontecerem.

Em geral, usuários de VPN se encaixam nas seguintes categorias:

O funcionário: aquele que tem responsabilidades a cumprir e usa uma VPN fornecida por sua empresa para acessar recursos nessas redes mesmo quando está em casa ou viajando. Caso não confie na rede em que está conectado, pode ativar a VPN e impedir que interceptem a conexão. O que adora downloads: independente de estar baixando conteúdo legal ou ilegal, esse tipo de usuário não quer que alguma empresa coloque-o na lista negra só por estar usando torrents. Usar uma VPN é a única maneira de se manter seguro enquanto usa essas redes peer to peer. Para ele, é melhor prevenir do que acabar num tribunal ou pagando uma multa altíssima por algo que pode ou não ter feito. O que adora privacidade: independente de estar num ambiente totalmente livre e aberto ou em um com alto nível de monitoramento, este perfil usa uma VPN para manter suas comunicação segura e criptografada, longe de olhos curiosos, seja em casa ou numa viagem. Para ele, conexões inseguras significam que sempre tem alguém lendo o que dizem. O viajante: você está fora do país e quer ver os seus programas de TV favoritos no momento em que vão ao ar. Você quer escutar estações de rádio via internet que possuem filtro de país ou deseja usar um novo serviço/aplicativo que parece ótimo, mas está limitado a um determinado país ou região. Uma mistura dos anteriores: aqueles que não se encaixam apenas em uma categoria, mas se identificam com uma mistura delas. Em todo caso, um serviço de VPN pode ser útil para quem quer proteção, manusear informações sensíveis do trabalho sem ser demitido ou para quem está se escondendo de órgãos antipirataria.

E mesmo que você não se identifique com nenhum desses casos, acredita que ainda assim é possível se beneficiar com uma VPN? Você deve usar uma quando viaja ou quando trabalha numa rede que não confia (leia-se: uma rede da qual você não é proprietário, nem gerencia nem confia em quem gerencia). Como exemplos podemos usar aqueles momentos em que abrimos nosso notebook numa cafeteria ou lemos nossos e-mails no WiFi aberto do aeroporto. São situações com considerável risco de ter o tráfego interceptado.

Agora resta saber como escolher o melhor serviço.

02. O que faz uma VPN ser boa?

Os melhores serviços de VPN têm um bom equilíbrio de recursos, localização de servidores, protocolos de conexão e preço. Alguns são ótimos para uso ocasional, enquanto outros são feitos para burlar restrições de localização que algumas empresas aplicam. Também tem aqueles destinados a pessoas que adoram fazer download e querem um pouco de privacidade enquanto baixam. Aqui está o que você deve ficar de olho:

Protocolos: enquanto pesquisa por um serviço de VPN, é possível dar de cara com termos como SSL (chamado às vezes de OpenVPN), TLS, PPTP, IPSec, L2TP e outros tipos de VPN. Conexões SSL são as mais usadas atualmente e todos esses protocolos fornecerão uma conexão segura. De qualquer forma, a maior parte dessas soluções passa despercebida para o usuário final. Cada protocolo tem seus prós e contras, então se você está preocupado com isso, talvez já esteja ciente dos problemas (como vulnerabilidades PPTP). A maioria dos usuários não precisa se preocupar com isso. Locais de saída: dependendo do uso que você deseja fazer da VPN, os locais de saída que o serviço oferece são detalhes importantes a considerar. Se você deseja burlar filtros de localização e assistir canais de TV do Reino Unido (por exemplo), tenha a certeza de que o provedor da VPN tem servidores no Reino Unido. Se está preocupado com sua privacidade e quer evitar que o governo bisbilhote sua conexão, pode ser uma boa ideia escolher servidores fora do país onde você mora. Da mesma forma, se o serviço tem sede nos Estados Unidos, eles estão sujeitos às leis desse país e podem forçar o provedor a passar informações para as autoridades quando solicitado. Muitas pessoas se importam com isso mais do que o necessário, mesmo quando não apenas os Estados Unidos tem essas regras. Mas é importante ter certeza de que o serviço de VPN tem servidores em múltiplos locais ou ao menos nos lugares que você tem interesse. Registro de informações: quando você se conecta a um serviço de VPN, está confiando seus dados a ele. Sua comunicação pode estar segura contra interceptação, mas outros sistemas na mesma VPN podem registrar informações caso desejem. Se isso te incomoda, não deixe de ler as políticas de registro de informações antes de se cadastrar. Dizem que VPNs localizadas nos Estados Unidos são obrigadas a manter um registro, o que não é verdade, mas de qualquer forma o governo de qualquer país pode requisitar qualquer registro que for mantido pela empresa, desde que ela tenha alguma representação nele. Proteção contra vírus e spyware: apesar de toda segurança fornecida por uma VPN, isso não significa que você está livre de toda e qualquer ameaça. Tenha sempre certeza de que o site usa HTTPS onde for possível e tome cuidado com o que você baixa. Alguns serviços de VPN incluem um programa que escaneia o que foi baixado para ter certeza de que nada está infectado. Aplicativos móveis: você deve conseguir uma experiência consistente, seja num desktop ou num smartphone. A maioria dos Provedores oferece soluções para desktops e dispositivos móveis, porém VPNs de escolas e empresas podem não estar no mesmo passo, mas estão chegando lá. Busque não utilizar duas VPNs diferentes com dois termos distintos só para poder usar no seu smartphone e no seu notebook. Preço: não deixe de olhar com atenção a política de privacidade e os termos de serviço do provedor que você está interessado e esteja ciente das diferenças entre a versão gratuita e a versão paga. Serviços gratuitos podem vir a registrar suas atividades e direcionar anúncios com isso. Eles também podem oferecer menos locais de saída e se importar pouco com sua privacidade. Eles podem até oferecer recursos incríveis, mas se privacidade for importante para você, é melhor evitá-los. Serviços pagos levam sua privacidade mais a sério, já que você está pagando pelo serviço. Anúncios não são comuns aqui, porém o registro de suas atividades varia de empresa para empresa. Em geral, elas oferecem teste grátis para você experimentar, mas lembre-se: só porque você está pagando, não significa que precisa ignorar tudo o que leu até aqui.

A mistura de bons recursos e preços atraentes fazem um serviço de VPN ser considerado bom, mas existem muitos serviços ruins se passando por bons. Procure artigos escritos por fontes confiáveis, que discutem os méritos baseados nos recursos.

03. Quais os melhores serviços de VPN?

A seguir estão alguns serviços de VPN para você escolher.

Private Internet Access

Suporta: Windows, OS X, Linux, iOS, Android. Protocolos: SSL, PPTP, IPSec e L2TP. Você também pode configurar Private Internet Access no seu roteador com DD-WRT ou Tomato através de SSL ou OpenVPN para segurança constante em toda sua rede local. País de origem: Estados Unidos, com locais de saída também no Canadá, Reino Unido, Romênia e Holanda. Registro de informações: ele não mantém registro de suas atividades e faz uso de IPs compartilhados. Preço: a partir de US$7 mensais até US$40 por ano

ProXPN

Suporta: Windows, OS X, iOS. Protocolos: SSL e PPTP. País de origem: Estados Unidos, com locais de saída também na Holanda, Cingapura e Reino Unido. Registro de informações: nível baixíssimo de registro de atividades. Eles coletam seu endereço de e-mail, forma de pagamento, uso de banda, duração da conexão e horários de uso. Essas informações são mantidas por até 14 dias e informam que jamais as compartilham. Preço: dispõem de um plano gratuito que limita a velocidade a 300Kbps e restringe o local de saída para Miami, nos Estados Unidos. Contas pagas desbloqueiam o suporte para PPTP (para uso em dispositivos móveis e roteadores), removem o limite de transferência e permitem escolher qualquer um dos locais de saída. Os preços começam em US$ 10 mensais.

TorVPN

Suporta: Windows, OS X, Linux, iOS, Android. Protocolos: SSL (às vezes chamado de OpenVPN), PPTP e SSH tunneling. País de origem: Hungria com saídas também nesse país. Registro de informações: eles não registram suas atividades, mas registram o uso de banda para limitar a quota mensal e mantêm informações sobre método de pagamento. Dizem estar comprometidos com sua privacidade e que não vão entregar seus dados sem uma solicitação das autoridades húngaras. Preço: o plano gratuito tem limite de 1GB por mês antes do serviço ser cortado. Contas pagas começam em 5 euros por mês por 5GB até 30 euros mensais por 100GB de tráfego. Eles não têm política de devolução do dinheiro e, apesar de usarem a rede TOR, não fazem parte do projeto TOR.

TorGuard

Suporta: Windows, OS X, Linux, iOS e Android. Protocolos: SSL (OpenVPN), PPTP e L2TP (com criptografia de 256 bit). País de origem: Panamá, com saídas também na Holanda, Romênia e Ucrânia. Registro de informações: eles valorizam sua privacidade, permitindo que você respire um pouco mais aliviado. Os registros são apagados diariamente e eles só mantêm suas informações de pagamento. Nem sequer ficam com os horários que você usou o serviço. Preço: para quem quer anonimato, os preços começam em US$ 6 mensais. Para quem adora torrents, os preços começam em US$ 5 mensais. Para uso geral, os preços começam em US$ 10 mensais.

WiTopia

Suporta: Windows, OS X, Linux, iOS, Android, webOS e Chromebooks. Protocolos: SSL, PPTP, IPSec, e L2TP (com criptografia de 256 bit). País de origem: Estados Unidos, com saídas em 10 cidades nele mais países na América Latina e América do Sul, Ásia, Austrália, Europa, África e Oriente Médio. Registro de informações: nada que possa identificar um usuário é mantido e os registros são apagados semanalmente. O que fica retido são apenas os dados de registro e informações de pagamento. Preço: de US$ 50 a 70 por ano dependendo do nível de criptografia que você precisa. Eles também vendem um roteador VPN para você levar enquanto viaja.

Monte a seu própria VPN

Você pode montar sua própria VPN usando um servidor VPS ou um servidor doméstico com ferramentas como o Hamachi, Privoxy e OpenVPN. Com este último, dá para configurar roteadores para usá-lo e fazer a VPN cobrir toda sua rede doméstica. Combinando o OpenVPN com o Privoxy, você consegue a privacidade e anonimato de um serviço pago sem gastar um centavo (a menos que você alugue um VPS). Assim, o controle fica todo em suas mãos e, apesar de não ganhar todo o anonimato ou locais de saída como um serviço pago voltado para isso, você consegue os principais benefícios de uma VPN: segurança, privacidade e anonimato enquanto está longe de casa.

Fonte CANALTECH